Lendo
as páginas dos jornais locais e da região metropolitana, deparei-me com uma
pergunta inevitável. 2014 é ano de eleições, época de escolher nossos
candidatos favoritos. Mas, será que eles são mesmo nossos favoritos? E se
tivéssemos a certeza de que o João da padaria fosse o candidato ideal para
nossos anseios? E se a sua mãe fosse a candidata perfeita? Porém, nossas opções
são limitadas e moldadas conforme os anseios de cada partido ou coligação. Não
temos a livre escolha de elegermos quem quiséssemos neste país. Mesmo o Padre
Marcelo Rossi. Para mim, exemplo de devoção ao trabalho que escolheu. Meu
candidato perfeito.
Por
falar em anseios, a indicação de Margarida Silva Mayer não agradou os colegas
do PTB. O presidente da sigla, Ali Nunes Ramadan, diz que a nomeação “não
atende aos anseios do partido”. Como assim? Não são os anseios do povo que
devem ser atendidos? Posso estar enganado, pois não entendo nada de política,
mas as necessidades dos cidadãos deve ser a base governamental dos seus
anseios. Quando recebi a notícia de que o novo procurador da Câmara de
Vereadores poderia não ser filiado a nenhum partido político, comecei a
acreditar nesta história de estado laico de que tanto se fala nos últimos
tempos. Até o Papa Francisco falou nisso. E olha que ele é católico fervoroso!
Pelo menos o novo procurador poderá “procurar” com seus próprios argumentos.
O
“novo” governo do Prefeito Cesar Schirmer deve contar com 180 a 200 CCs, número
praticamente igual ao que havia anteriormente. Sou muito a favor de reformas
administrativas regularmente. Isso dá fôlego novo à equipe, novos objetivos e tende
a buscar novas mentes pensantes. Tomara que estas mudanças tragam benefícios
significativos ao sistema funcional público de nossa cidade, que hoje se
encontra truncado e cheio de desinformação. As pessoas que trabalham em
repartições públicas são desatualizadas quanto ao funcionamento do próprio
trabalho. Salvas as exceções, a maioria não assume a responsabilidade que seu
cargo exige e acaba por passar a “bola” para o colega. Mas, depois de passar
por mais 23 colegas, seu caso está resolvido e pode ir para casa contente e
feliz. Tomara que os próximos contratados sejam, no mínimo, experientes nas
funções que devem exercer. Colocar as pessoas a fazerem aquilo que elas já
sabem é mais fácil do que ensinar todos a fazerem tudo. Porém, deveríamos
exigir algumas metas de trabalho, para não haver o risco de o funcionário cair
na rotina e esmorecer. Quanto mais se rende, mais se ganha. Que tal?
Fiquei
sabendo, esta semana, que a aprovação das contas eleitorais deixa de ser
pré-requisito para a certidão de quitação eleitoral. Esta poderá ser obtida com
a apresentação das contas de campanha, independentemente da aprovação delas. Podemos
dizer que “a folha corrida” dos candidatos vai ser impressa sem a análise de
seus atos. O que ele fez com o dinheiro não importa? Realmente, se é assim que
o governo pensa em assumir a responsabilidade de arcar com as despesas
eleitoreiras de seus candidatos, seja lá a que cargo, sem fiscalização e
análise dos gastos públicos, podemos esperar mais alguns déficits na saúde,
educação, transportes, cultura, segurança, etc, etc, etc...
A
depredação do prédio da SUCV, na semana passada, mostrou quão acirrada está à
procura por culpados no caso Kiss. Apesar de o presidente da Associação das
Vítimas ter dito que os manifestantes que agiram com violência e vandalismo não
representam a entidade e as pessoas que fazem parte dela, os atos surtiram um
efeito de dúvida quanto aos verdadeiros objetivos dos parentes das vítimas com
tudo isso. A Associação tomou uma atitude séria e legal, mas os atos de
vandalismo que presenciamos distorcem a imagem de comoção e solidariedade que
há poucos meses vivemos. Entramos em um clima de guerra, em que somente
queremos o mal do outro, como aconteceu com as vítimas. Não sei se o mal foi
feito a elas ou o mal simplesmente aconteceu. Não tenho esta informação. Mas,
tenho a certeza de que o ocorrido deveria ter acontecido para mudar um pouco as
coisas. Para acalmar nossos corações e nos mostrar que vamos todos a um mesmo
fim. Para a morte. Se tentássemos ser um pouco melhores uns com os outros,
talvez nossa indignação fosse mais branda e consolável. Na verdade, é muito
difícil pensar como um dos parentes das vítimas, pois somente eles sabem o que
estão sentindo. Mas, um pouco de compaixão acalma e traz serenidade.
Enquanto
tudo isso acontece por aqui, lá na capital federal, na volta do recesso, apenas
37 dos 513 deputados compareceram ao trabalho na Câmara. Já aviso ao meu
patrão, não precisa nem me esperar no fim das minas férias. Vou tirar mais uns
dias para recuperar as energias empregadas na folga. Enquanto isso, os outros
que tomem decisões por mim. Assim como fazem nossos deputados quando ausentes
nas sessões de trabalho. Mas, seguimos em frente, na esperança de, um dia,
podermos confiar plenamente em nossos representantes.
(Juliano Lanius)
Muito bom, cara!
ResponderExcluirO problema, na verdade, é que eles são "profis"... ao menos uns 80%... não encaram a coisa toda com aquele mesmo "idealismo" (ou ilusão mesmo) de alguns de nós, simples mortais, de "mudar o mundo", melhorar as coisas, trabalhar para a comunidade, etc... não, eles simplesmente veem a coisa como uma carreira, como outra qualquer.
Sem falar que todos já chegam lá com o rabo preso, porque pra se eleger o cara tem que bancar (obviamente não ele, mas alguém maior ou uma empresa) uma campanha (muitas vezes caríssima), então ele vai ter que "devolver" de alguma forma esse investimento que alguém fez nele quando estiver lá...
É um intricado jogo de interesses - e, do jeito que é organizada nossa política, até os bons são consumidos lá dentro.
Diego