Ainda aproveitando o clima da finada (creio que
ainda estou em fase de negação: "não, não, não, não acredito
que tenho que voltar a assistir partidas do Brasileirão!"),
algumas derradeiras observações.
Bem, em primeiro lugar, uma observação extra-campo:
Há até bem pouco tempo antes do evento, havia vultuosos protestos pelas ruas de nosso país contra a realização do mesmo (alguém lembra?)...
Pois o que me pergunto é: onde diabos foram parar aquelas montanhas ensandecidas de protestantes DURANTE os jogos???
Há até bem pouco tempo antes do evento, havia vultuosos protestos pelas ruas de nosso país contra a realização do mesmo (alguém lembra?)...
Pois o que me pergunto é: onde diabos foram parar aquelas montanhas ensandecidas de protestantes DURANTE os jogos???
Curiosamente, não li nem escutei nenhuma teoria da
conspiração acusando o governo brasileiro, o PT, o PSDB, o governo
americano, a CIA, o governo russo, ou alguma outra entidade ou
organização de secretamente ter aniquilado todas aquelas pessoas e tê-las
jogado numa vala ou no meio do oceano Pacífico - pra não dar na vista, pois no
Atlântico seria muito fácil de se achar (por falar nisso, lembram do
Amarildo???).
Mas, não. A minha teoria, de qualquer forma, é que
os protestantes devem ter pensado "Ah, vamos dar um tempo nos protestos
contra a Copa, ao menos durante a Copa... pra gente curtir uns joguinhos
e tal... afinal ninguém é de ferro, não é mesmo!??" (sensacional, por
sinal, a charge do artista Lúcio em um tradicional jornal
santamariense, na qual se vê em destaque jogador alemão erguendo a taça e num
canto um manifestante com cara de brabo e rosto coberto erguendo um
cartaz com a inscrição "#não vai ter Olimpíadas").
Mas, enfim, a bola rolou... e muito mais:
Pescoções entre parceiros da mesma equipe
(Camarões), gol da Alemanha na Seleção (?) Brasileira, sopapos entre atletas e
comissão técnica da mesma equipe (Gana), outro gol alemão na
Canarinho, bolada de um jogador que quebra o braço do parceiro de
time (Nigéria), mais uma bucha teutônica nos nossos de amarelo, atleta
(nascido na Transilvânia, naturalizado uruguaio) que morde adversário, Julio
Cesar buscando mais uma bola na rede socada pelos prevalecidos comedores
de chucrute, vitória da Costa Rica, não sei mais como descrever em outras
palavras gol alemão no Brasil, classificação da Argélia, surra histórica
sofrida pela então campeã no seu jogo de estreia, outra vitória da Costa
Rica, surra histórica sofrida em casa pelo até então país do futebol numa espécie de reprodução esportiva das famosas blitzkriegs alemãs da Segunda Guerra Mundial...
Também teve show de artes cênicas dos atletas
tupiniquins nos telões dos estádios e nas entrevistas pós-jogo (e do nosso
técnico nos comerciais de barbeador, bebidas, telefonia celular, automóveis,
supermercados, entre outros): expressões sofridas, lágrimas e declarações
"emocionantes"...
Mas não sejamos cínicos: os caras estavam REALMENTE emocionados ao entrar em campo e especialmente ao ouvir o hino nacional. Lágrimas verdadeiras vertiam daqueles olhos, enquanto berravam alucinadamente que “um filho teu não foge à luta”...
Mas não sejamos cínicos: os caras estavam REALMENTE emocionados ao entrar em campo e especialmente ao ouvir o hino nacional. Lágrimas verdadeiras vertiam daqueles olhos, enquanto berravam alucinadamente que “um filho teu não foge à luta”...
Bem, só podia dar no que deu, com um time que entra
em campo já chorando, não é mesmo!?
Por outro lado, gosto da Alemanha, que não chora em
vão.
Admiro o país em si. Um país que se reergueu e se reconstruiu duas vezes, após ser arrasado, sem que restasse pedra sobre pedra, nessas duas ocasiões, e conseguiu voltar a ser uma das maiores potências mundiais, em todos os sentidos. Um país que reconheceu e pede perdão até hoje pelos maiores (e mais monstruosos) erros cometidos em seu nome na História. E sou fã também da seleção de futebol alemã, com seu histórico competitivo - quase sempre está nas semifinais em Copa do Mundo, e agora já se igualou à Itália em conquistas e está a somente um título de se juntar ao Brasil no topo. Mas no fim das contas já tava demais também toda a babação em cima de Schweinsteiger* e cia! "Os reis da simpatia". "Exemplo de organização no futebol". "Frieza". "Caráter". "Humildade". "Dedicação". "Ética". "Concentração".
Admiro o país em si. Um país que se reergueu e se reconstruiu duas vezes, após ser arrasado, sem que restasse pedra sobre pedra, nessas duas ocasiões, e conseguiu voltar a ser uma das maiores potências mundiais, em todos os sentidos. Um país que reconheceu e pede perdão até hoje pelos maiores (e mais monstruosos) erros cometidos em seu nome na História. E sou fã também da seleção de futebol alemã, com seu histórico competitivo - quase sempre está nas semifinais em Copa do Mundo, e agora já se igualou à Itália em conquistas e está a somente um título de se juntar ao Brasil no topo. Mas no fim das contas já tava demais também toda a babação em cima de Schweinsteiger* e cia! "Os reis da simpatia". "Exemplo de organização no futebol". "Frieza". "Caráter". "Humildade". "Dedicação". "Ética". "Concentração".
Estaria aí o tal Super-Homem do Niesztche**?
Pois como diria um velho amigo meu, quando alguém
começava a elogiar demais um outro alguém: "Dá o c* pra ele, então!".
É isso aí, Sansa; igualmente detesto unanimidades!!
Mas o que o técnico alemão provou, mas provou mesmo, nessa campanha durante o Mundial foi o que os Mamonas já enfatizavam há cerca de 20 anos atrás:
Comer tatu é bom (ainda mais que quem ficou com a dor nas costas foi o nosso maior craque...).
Mas o que o técnico alemão provou, mas provou mesmo, nessa campanha durante o Mundial foi o que os Mamonas já enfatizavam há cerca de 20 anos atrás:
Comer tatu é bom (ainda mais que quem ficou com a dor nas costas foi o nosso maior craque...).
Bem, pra finalizar, do tal legado que vai
ficar não tenho bem certeza (lesados,
de alguma maneira, certamente), mas, talvez além da questão de alguma coisa em
termos de infraestrutura e, vá lá, comportamento – assimilado, se não por
observação, por osmose, que seja – em estádios e arredores – quem sabe um pouco
além também – da maioria dos torcedores estrangeiros, esperemos que a surra que
levamos em casa, e nem vou falar daquela em campo, que já foi exaustivamente
debatida, mas sim a do quesito "cantos da torcida", quando fomos
ofuscados por mexicanos, chilenos, argentinos (o maldito "Brasil, decime que se siente"
grudou na minha cabeça por umas duas semanas!!! Putz, olha aí: já voltou!
Sacanagem dos hermanos; Creedence é covardia!), entre outros, nos inspire a
procurar alternativas ao insuportável "eeeeeuuu...
sou brasileeeeeeeeeiiiroooo... com muito orgulhoooooooo... com muito
amooooooorrrr..." (Cara, Inter e Grêmio cantavam essa porra nos
malditos anos 90 - só adaptando claro,
com “sou coloraaaaaaadooooooo” ou “sou tricolooooooooorrrr” – e já me
enchiam o saco pra %#)%&¨@!! – como dá pra ver pela quantidade de palavrões
que usei neste último trecho do texto)
Ah, e o principal legado, claro:
Que fique um pouquinho do
futebol apresentado por Messi, Robben, Benzema, Muller e cia, no
Beira-Rio, pô.
* Curiosamente
o word sublinha em vermelho o nome do cara. Ainda não é um verbete oficial
em dicionários e words??? Como não?? Ainda não existe o verbo
"schweinsteigear"? Ou fui eu que errei? Faltou
algum "w" aí?? De qualquer forma, não me prestei a ir
pesquisar pra ver se havia escrito corretamente mesmo. Mas sei escrever
corretamente, por exemplo, Frankenstein. E Einstein. Schwarzenegger.
Schopenhauer.
**Também não
fui conferir se faltou um ou dois "z"s ou algo assim. Mas, com
certeza, sei escrever Kant. E Schopenhauer - ôpa, olha ele aí de novo!
É, eu sabia que, de alguma maneira, isso tudo tinha mais a ver era com filosofia e não com futebol...
É, eu sabia que, de alguma maneira, isso tudo tinha mais a ver era com filosofia e não com futebol...