Li, em alguma página por aí, que “não
há antídoto mais poderoso ou eficaz contra as aspirações de autocratas de todos
os matizes” do que a democracia. Concordo, mas não plenamente.
Infelizmente,
os ditos autocratas ainda continuam perpetuando nas bancadas do poder, sem
chance de que os mandantes do país sejam substituídos por aqueles com “sangue
novo” correndo nas veias, com vontade real de exercer a democracia verdadeira.
Somos, ainda, governados por “coronéis” de Estado, que pensam ser o dinheiro a
base para uma governança coesa. Pois, enganam-se. Ou não. Se a questão
financeira estivesse sendo pensada na forma de distribuição igualitária de
recursos entre as classes, os políticos estariam enganados. Porém, como vemos
hoje em dia, o poder é exercido por aqueles de castas mais abastadas, ou seja,
a elite governamental do Brasil usa o nosso dinheiro em favor próprio.
Portanto, estão corretos.
Neste
contexto, diminui o valor no repasse de verbas federais, pelo Fundo de
Participação dos Municípios. Com a queda, 31 cidades da Região Centro tiveram
que reduzir seus gastos. Em
Santa Maria , houve redução de 43 CCs, no intuito de reduzir o
ônus da gestão público-administrativa. É, o cinto apertou. Mas, honestamente,
não sou a favor da demissão dos cargos de confiança, nem mesmo dos concursos
públicos. Em tempos idos, minha opinião era contrária: a favor dos concursos de
admissão pública. Porém, ao longo dos anos, e tendo experimentado servir como
CC, mudei meu conceito.
Atualmente,
penso que os concursos públicos, da maneira como são concebidos, executados,
mantidos e (não) fiscalizados, somente colaboram para o enfraquecimento da
máquina pública e o esmorecimento dos ânimos de trabalho dentro das
repartições. A atual situação do funcionalismo público brasileiro se encontra em caos. Os concursados,
escondidos atrás de suas mesas e guichês, não contribuem muito para o bom
andamento das burocracias do país. Sentem-se “donos do campinho”, mas não
colaboram com o jogo, nem sequer fazem questão. Os CCs, por sua vez,
encontram-se ligados a ideologias político-partidárias, pois ingressam na
carreira pública através deste ou daquele candidato. Todas as suas ações devem
ir ao encontro dos ideais de seu
“padrinho”, mesmo que isso signifique ir de
encontro aos interesses sociais do Brasil. Creio ser imprescindível uma
reforma no sistema empregatício do serviço público brasileiro. A meritocracia
deve permear toda e qualquer ação administrativa, tendo em vista a contemplação
das necessidades do povo e a correta valorização dos funcionários públicos.
Mas,
nem tudo está perdido. Temos um sistema de participação popular, que “ouve” os
cidadãos e os impele a escolher as prioridades de sua região. Na Região Central
do RS, a segurança pública foi o tema mais votado pelos participantes do
pleito, com mais de 39 mil votos, dos 46 mil votantes. Em segundo lugar, ficou
a saúde. Atenção, governantes! Estes são pedidos populares, vindos de baixo,
hierarquicamente falando. Sabemos que vocês estão acostumados a receberem os
mandos e desmandos de escalões mais altos do poder, mas esta é a nossa voz
clamando pelo suprimento de nossas necessidades básicas. Esperamos que nossa
opinião seja levada em
consideração. Já que foi lançado o movimento do Rio Grande do
Sim, para mobilizar os gaúchos em torno de propostas de consenso para o
desenvolvimento do Estado, eis as duas primeiras: segurança e saúde!
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