sexta-feira, 13 de julho de 2018

"Cuidado com o que desejares... (ou: "Uma vida irrefletida não vale a pena ser vivida")" (Por Diego T. Hahn)


Buenas, pedindo antes de mais nada licença para os fiéis 5 (4??) leitores do "De Letra", fazemos agora um breve intervalo na trama do nosso anti-herói-recepcionista (Coxinha? Mortadela?) Marco (pô, além do mais, em plena Copa, Diegão? Logo tu que é dos fut!?... onde estão ao menos então coisas como "Pra não dizer que não falei da Copa", por exemplo?? - bem, quem quiser sacar a ideia desse hipotético questionamento de um mais hipotético ainda fã do blog, basta um click no link a seguir para voltar 4 anos numa divertida viagem no tempo - embora certamente algum tanto ali se perca hoje em função de referências a situações melhor saboreadas com o frescor do momento de então - : http://deletradj.blogspot.com/2014/07/), mas esta pausa - com o perdão pela involuntária rima rica a seguir - é por uma suposta "boa causa" (com a possível pretensão, bem sabemos, que tal intervenção - ôpa, olha aí desde já, embora também involuntário, mais um daqueles trocadilhos que tanto amamos aqui - possa denotar... uaréva!), visto que o atual momento do nosso país tropical parece tornar quase imperativo este texto, digamos que mais "informativo" do que "literário" (embora talvez seja também tão pretensioso arriscar-se com o primeiro quanto com o segundo...)

Quanto à frase (a primeira, fora do parêntese) que dá título a esta humilde crônica, bem, a primeira vez que ouvi ela foi da boca de uma amiga há muitos e muitos anos atrás e - clichês que justificam o nome - lembro que ela imediatamente me marcou, e  fato é que inevitavelmente desde então lembro da mesma sempre diante de situações nas quais ou eu ou algum outro ser - supostamente pensante e sem dúvida bastante desejante - deseja muito ardentemente uma determinada coisa (ou pessoa), sem considerar a variável da avalanche invisível que pode estar escondida, aguardando simplesmente pelo aparentemente inocente lançamento, como numa brincadeira, da bolinha de neve em direção ao tal objeto de desejo inicial, para começar sua avassaladora e incontrolável carreira montanha abaixo...

Curiosamente, pois, dia desses - era um daqueles dias em meio à greve dos caminhoneiros - deslocávamos eu e um camarada, Pablito, para uma partida de padel pela Avenida Medianeira em Santa Maria City, ele no volante, eu na carona, quando fomos interrompidos por uma passeata, supostamente contra a corrupção, e a favor de um determinado candidato - e, de lambuja, da tal da intervenção militar - , aquela coisa toda, você sabe...

Pois Pablo ficou furibundo - estávamos já atrasados para o jogo - , como nunca imaginei que o cara pudesse ficar, pelo fato de o "interrompidos" que usei acima se referir a essa galera da passeata - bandeirinhas do Brasil sendo balançadas pela janela dos carros - simplesmente ignorar o sinal vermelho para eles e fazer o contorno na Avenida, conturbando completamente o trânsito na região e arriscando inclusive acarretar algum grave acidente!...

Pablo vociferava todos os tipos de impropérios contra os "protestantes" - isto é, protestava contra a falta de respeito às regras dos protestantes, que protestavam contra a falta de respeito às regras em geral no país... tá entendendo?...
Eu? Putz, confesso que achei engraçado e só ri da surrealidade da situação - quanto ao jogo, nem estava na mesma pilha que ele naquele dia, estava indo só "na parceria" (embora, demonstrando-me inesperadamente inspirado ao entrar em quadra, acabasse destruindo com a partida!...) - , pois era realmente bizarro todo aquele espetáculo, que acabou me fazendo por tabela lembrar de uma matéria (da revista Super Interessante - ou Super, para os íntimos; você sabe, a irmã mais velha e mais séria da Mundo Bizarro... publicações coxinhas? Mortadelas?) que lera há algum tempo e, despertando minha curiosidade, resolver procurá-la na sequência para dar uma nova conferida em alguns pontos da mesma...

Pois bem... tendo-o feito dia desses - isto é, relido a tal matéria (na verdade, é uma edição inteira especial, intitulada "21 mitos sobre a Ditadura Militar") - , me ocorreu de reproduzir aqui então algumas considerações que lá reencontrei e que acho deveras pertinentes (como dito antes, dado o nosso momento tupiniquim de afirmações a altos brados sem maiores reflexões e aprofundamentos em dados e estatísticas e História com agá maiúsculo...).
Sei que alguém pode protestar, alegando se tratar de "conspirações da grande mídia", que há interesses por trás etc, mas, ainda que aqui esteja um cara que também curte uma boa teoria da conspiração e não confie 100% em NENHUMA informação que recebo - sinto muito, sou desconfiado mesmo - mas digamos que confio em torno de 20% em "notícias de internet" (e próximo de 0% em notícias de facebooks e uáts)... já em publicações "de papel", dessas mais tradicionais - que inegavelmente têm suas "tendências", mas têm também suas responsabilidades e podem ser rebatidas formalmente e penalizadas até mesmo - minha confiança aumenta um pouco - procurando sempre filtrar, mas, enfim, considerando estas as informações mais próximas da realidade (ainda mais confrontando-se com aquelas do mundo virtual e informal, digamos assim...).

E aproveito aqui para embasar esse meu apego à "bibliografia" tradicional em detrimento às novas mídias - na linha "dos males o menor" - citando o filósofo - pra dar uma moral no texto, né!? - Pondé (Coxinha? Mortadela?...), o qual assisti há poucos dias na capitarr dizer que a revolução digital na área do jornalismo ou pseudo-jornalismo não tem só ganhos, como muitos veem, e, como muitos começam a perceber, entre outras questões, a das famigeradas fake news é uma praga difícil de se combater, especialmente nas mídias sociais, onde qualquer um pode dizer o que bem entender (a parte boa seria a liberdade, não? A famosa e tão incensada e tão preciosa liberdade de expressão, um grande poder... mas, como diria tio Ben - só para dar uma outra moral extra aqui nesta humilde crônica, procurando ainda pouco a pouco tecer a teia na qual gostaria de enredar o caro leitor - , grandes poderes, você sabe, trazem grandes responsabilidades...)... Pondé menciona também exatamente que, para o bem, para o mal, os meios tradicionais de comunicação, com seus gatekeepers, têm suas "orientações", mas não podem simplesmente transcender a realidade, criando universos paralelos, como exatamente os criados nas redes sociais da vida...

Pois bem. A matéria é mesmo bastante interessante (tentei fugir do pleonástico adjetivo, mas não achei outro - bom, ao menos tirei o super, né) e a verdade é que pondera tanto para um lado como para outro (até porque nada é totalmente bom nem totalmente mau, não é mesmo? - embora, exatamente por isso, possivelmente irritando e agradando, alternadamente, mortadelas e coxinhas), buscando desmistificar certas "verdades" sobre o período de governo militar no Brasil, questionando os mitos em tópicos como "Jango era habilidoso como líder", "O Brasil ia virar uma nova Cuba", O golpe foi obra dos quartéis", "O golpe foi criado pelos EUA", "A luta armada era democrata", "Estudantes sempre se opuseram", "O Milagre foi uma mentira", "Os generais eram pró-Mercado", entre outros...

Vamos nos ater aqui, contudo, a dois, que são dos mais acionados pelos defensores de uma nova intervenção militar no país: "Na época, não tinha corrupção" e "As cidades não eram violentas", abordando dois males de proporções atualmente enormes que atormentam todos nós, cidadãos "de bem" (inclusive aqueles que furam sinal vermelho na cara dura, atrapalhando todo tráfego e arriscando aumentar os números da violência no trânsito...).

No primeiro desses dois tópicos, a matéria enfatiza que, embora os presidentes da época aparentemente tenham mesmo procurado manter a linha no sentido de não aproveitar-se do erário público ("Os únicos patrimônios de Castelo Branco eram um Aero Willis preto e um imóvel em Ipanema. Médici desviou o traçado de uma estrada para que ela não valorizasse suas terras. Quando Geisel assumiu a presidência da Petrobras, sua mulher quis um apartamento novo. O general disse não. 'Se comprar esse apartamento, vão logo dizer que estou roubando' "), o que vinha abaixo deles se esbaldava igualmente como o faz a catrefa de hoje em dia ("Assim que assumiu a presidência, Castelo prometeu uma grande devassa. Não conseguiu. 'O problema mais grave do Brasil não é a subversão; é a corrupção, muito mais difícil de caracterizar, punir e erradicar', disse meses depois de criar a Comissão Geral de Investigações (CGI), que investigava acusados de subversão e de corrupção. Opositores perderam os direitos políticos; corruptos se adaptaram")... De 1968 a 1973, conforme a matéria, essa Comissão produziu 1.153 processos, tendo mais de mil desses sido arquivados, e o principal problema não era apenas a falta de eficiência da mesma, mas também sua "seletividade" (qualquer semelhança com a realidade atual obviamente não é mera coincidência...). "Aos amigos, o silêncio. Foram arquivadas sem investigação denúncias contra os então governadores José Sarney (MA) e Antônio Carlos Magalhães (BA). Já aos inimigos, a lei. No processo contra Brizola, a CGI escrutinou suas declarações de bens desde 1959, quebrou seu sigilo bancário, verificou seus imóveis - e não encontrou nada de errado. Ou seja, quanto menos democrático um regime, mais o combate à corrupção se confunde com perseguição".

Para não alongarmos também demasiadamente nessa questão (poderíamos mencionar ainda a da corrupção de uma rede de colaboradores da repressão, como "juízes que aceitavam processos absurdos, confissões desmentidas e perícias mentirosas", e médicos que dispunham-se a fraudar autópsias e autos de corpos de delito) mais duas interessantes situações abordadas nesse sentido: uma, a do fim da esquerda armada a uma certa altura, o que não justificava mais a existência dos antigos agentes da repressão, que precisavam de uma nova razão de ser, tendo então muitos ido para a atuação na "segurança particular", e outros para o contrabando de mercadorias, como o capitão Guimarães - um dos mais notórios torturadores do DOI-Codi do Rio de Janeiro - , que teve suas atividades ilícitas descobertas pelas autoridades cariocas no final de 1973, com a acusação englobando no esquema 14 militares, 8 polícias civis e alguns comerciantes. Esses réus chegaram a ser presos, porém o processo foi anulado. O motivo? Acredite: os acusados alegaram ter sido torturados... (acho que foi por isso que me veio à cabeça essa matéria enquanto eu via desfilar aqueles protestantes contra a corrupção que furavam o sinal vermelho e pediam intervenção militar...) De qualquer maneira, o capitão Guimarães era brasileiro e não desistia nunca: acabou a luta armada? Vamos para o contrabando! Acabou o contrabando? Ué, jogo do bicho, mermão!...
Sim, quando você se empolgar ao ver a Vila Isabel entrando na Sapucaí no próximo carnaval, lembre-se que ela foi a escola adotada pelo bicheiro que, com suas antigas táticas de espionagem e repressão, logo transformou o bicho numa verdadeira organização militar...

A outra situação - não menos irônica - é a do disparo nos lucros das grandes (até então médio ou pequenas) empreiterias, como Andrade Gutierrez e Odebrecht, após mais e mais contratos passarem a surgir com o governo da época - as obras da Odebrecht, por exemplo, talvez principal símbolo do atual momento de tentativa de combate a essa prática das trocas de favores entre público e privado, antes do governo militar mal ultrapassavam as fronteiras da Bahia, mas, com os contratos que passaram a se suceder a partir do governo Costa e Silva, começou a dar saltos gigantescos e, de décima-nona empreiteira de maior faturamento no país em 1971, subiu ao pódio, passando para a terceira posição, em 1973. Nada mal, não? (Não, acho que foi POR ISSO que lembrei da matéria enquanto olhava para os caras que furavam o sinal vermelho criando aquele caos no trânsito: eles protestavam contra as sacanagens envolvendo políticos e a Odebrecht pedindo intervenção militar... sendo que a intervenção militar fora quem criara a "maligna" Odebrecht. Irônico, não?).

Passando ao outro tópico, o da suposta não-violência na época do Regime, a matéria diz que até o início dos anos 1960, a taxa de homicídios no país girava em torno de 5 para cada 100 mil habitantes - um número considerado razoável, ainda "sob controle". A partir da década de 60 então a taxa começou a crescer, antes mesmo da ditadura, e agravando-se durante o regime militar devido aos grupos de extermínio instalados dentro do próprio Estado.

No caso, o que acontecia era que até ali, início dos 60, a maioria dos homicídios acontecia dentro de casa, graças a crimes passionais, desentendimentos entre parentes e conhecidos etc. Até então, o homicida não era considerado o bandido - não, ele era a mosquinha que sobrevoa o cocô do cavalo do bandido. Algo inaceitável, inconcebível. 

"Mas o homicídio ganhou um novo significado na São Paulo do fim dos anos 1960. 'A figura do bandido, em oposição à do trabalhador, tornou-se ameaçadora a ponto do seu extermínio ser desejado ou tolerado', afirma Bruno Paes Manso, pesquisador do Núcleo de Estudos da Violência da USP. O homicídio tornou-se um método de limpeza e controle social, e o homicida, um herói em defesa da comunidade."

Pronto. Estava aberta a porteira.
No final dos 60 então, sob o comando do delegado da Polícia Civil Sérgio Fleury, formara-se o Esquadrão da Morte, primeiro grupo paulista com o explícito propósito do extermínio de bandidos comuns. Em 1970, de acordo com pesquisa da Veja (Mortadela?...), 60% dos paulistas se diziam favoráveis às ações do grupo. 
E, na esteira desses grupos, que tinham a parceria da PM (que por volta de 1975 já não tinha a guerrilha armada para combater e passou a priorizar o patrulhamento ostensivo das periferias - usando, claro, como principal ferramenta de controle territorial a morte), surgiram igualmente os justiceiros privados, que tinham a chancela de comerciantes e da própria polícia, e começaram também eles sua matança em bairros periféricos.

Lembra da avalanche? Pois, segue a matéria, "o extermínio teve um efeito colateral imprevisto - aumentou a criminalidade nas periferias. Isso por dois motivos. Primeiro, o homicídio inicia uma cadeia de vinganças. Numa pesquisa de 2012, Manso descobriu que uma rixa iniciada em 1993 no Jardim Ângela, na zona sul de São Paulo, levou a 156 mortos em cinco anos. 
Outro fator é que a imagem de corpos largados nas ruas, enterros de amigos e parentes e conversas sobre tiroteios tornam o homicídio um meio possível para resolver disputas ou reagir a ameaças. 'Conflitos banais, como o galanteio à namorada de terceiros, brigas em bar ou olhares enviesados podem ser suficientes para despertar o medo da morte', afirma Manso. E quem teme morrer se previne matando antes.
O auge da violência urbana só viria 14 anos depois do fim da ditadura. Mas isso não fez da ditadura uma época de paz nas ruas. Foi um período de violência urbana crescente. Acima de tudo, foi a incubação de uma geração de jovens prontos para matar uns aos outros."

O que me fez lembrar também uma reflexão de alguém (que, confesso, não me lembro quem era...) numa rádio dia desses (mas seria um coxinha ou mortadela esse cara, afinal?...) sobre a questão da indiferença - ou, pior, o incentivo - com as mortes e/ou chacinas acontecidas em prisões, entre os próprios presos... o tradicional "ah, que se matem tudo lá dentro!" que a nossa classe média especialmente parece ter se acostumado a proferir, mecanicamente. Olha, eu, também, se fossem os poderosos do crime, os homicidas hediondos, e outras criaturas malignas, a serem as vítimas dessas matanças, provavelmente apoiaria esse processo - ainda que ele incorra de qualquer maneira naquele efeito colateral...

Mas, ok, vamos analisar, agora, racionalmente (segurando um pouquinho o automático "que se matem tudo lá dentro!"): as facções estão bem protegidas lá, certo? Os poderosos delas, os poderosos do crime, dificilmente serão atingidos lá, certo? Quem morrerá majoritariamente então serão os bandidinhos que não têm filiação, os solitários, os ladrões de galinha (que serão decapitados para servir de exemplo, pra não dedurar etc - e porque alguém tem que ilustrar o lance na capa do jornal, porra; fazer o quê??)... e a gente vai seguir indiferente ao aumento dessa matança, acreditando que os criminosos estão se acabando todos entre si lá dentro - quando na verdade eles estão se FORTALECENDO, ganhando a carta branca para matar, trucidar, ou seja, banalizando ainda mais o homicídio... o que refletirá do lado de fora e no comportamento que manterão quando também eles estiverem novamente aqui, entre nós, cidadão "de bem" (inclusive aqueles lá...) e supostamente pensantes... (lembre-se que até o início dos anos 60 o homicídio era um crime "inaceitável", e as taxas eram portanto baixíssimas... e atualmente, contraditoriamente, para muitos casos, baixamos o polegar como na Roma antiga e os esquadrões da morte - ainda que compostos também eles de hediondos criminosos (e ainda que algumas balas perdidas - ou não tão perdidas assim - deles também sobrem para a gente) - têm a nossa implícita anuência (ou mesmo explícita reverência; vá entender)... 

Mas não nos desviemos tanto, fecha parêntese dessa reflexão indireta, e voltemos ao nosso tema central.

Quanto a ele, e àquela galera lá do sinal vermelho, refletia também eu (Coxinha? Mortadela?) dia desses, quando, curiosamente, exatamente no dia seguinte li cronista da ZH (E aí?...) magicamente plagiando minha reflexão interna: seria o brasileiro o único povo do mundo a clamar por intervenção militar, por restrição da sua própria liberdade???... Caramba, somos estranhos, somos "especiais" (para o bem e para o mal), sem dúvida... mas, tanto assim??? 

 Pois com certeza não é o único país do planeta com corruptos rastejando pelos meandros do seu meio político-empresarial (há outros com um mal parelho, se não pior) e não se vê uma reação do gênero em nenhum outro lugar do mundo... por que esse apego às forças armadas por aqui então?
Isso daria uma boa pesquisa - cujos resultados talvez acabassem tendo relação com aquela outra, que mencionou recentemente que o brasileiro é o segundo pior povo no mundo no quesito capacidade de compreender o que acontece à sua volta (https://www.terra.com.br/noticias/brasil/brasil-e-2-pais-com-pior-nocao-da-propria-realidade,17c202f652c846ec7d486e0154bbb492n3u6n39f.html )

No fim das contas, creio que talvez devêssemos era estar fazendo passeata (embora nem por essa eu fosse furar sinal vermelho no meio da Avenida Medianeira na hora do rush!) e protestos contra a Lei do Veneno (que, entre outras questões no mínimo dúbias, tira do Ministério da Saúde e da Anvisa a prerrogativa de aprovar ou não o uso de um determinado novo agrotóxico, deixando isso a cargo unicamente do Ministério da Agricultura...), que está por ser aprovada, e que talvez cause mais danos diretos (ao menos à saúde) de nossos filhos e netos - pensemos neles, pois pelo visto os nossos cérebros já foram envenenados mesmo, não é mesmo!?... - do que a questão da intervenção para supostamente combater a corrupção (e até porque corruptos não deixarão de ser corruptos porque estamos fazendo passeata, certo!? Já uma pressãozinha no seu deputado/malvado favorito, seja lá qual for o partido dele, ainda mais em ano eleitoral, talvez, isso sim, surta efeito...)

Para concluir, fica primeiramente uma interessante mensagem, de fundo paradoxal, do escritor uruguaio Galeano (não querendo expor veias de nada nem de ninguém, por favor! Eu sei que o cara era um hermano mortadela, eu sei, mas esse pensamento é legal - assim como as músicas do Chico seguem legais, cara!...) "Somos o que fazemos para mudar o que somos" - ainda que correndo o risco de perder um pouco da poesia (e da graça do paradoxo) da frase, eu acrescentaria aqui que para mudar o que pensamos também (assim sendo, prometo tentar colocar em prática essa ideia se você o fizer também: isto é, vamos dar uma pensada - eu, começando pelo que escrevi acima... vai saber, né!? Como disse não confio 100% em nenhuma informação que recebo, nem (ou, muito menos) de mim mesmo - e você, enfim, no que acha que tem que repensar... trato feito?... Ah, sim: e cuidado com o que desejares, pois, para o bem ou para o mal, podes mesmo acabar conseguindo - para quem por ventura não sabe, é a conclusão do pensamento do título)

Já a outra parte dele, aquela entre parêntese, cita nada mais nada menos do que Sócrates (mazááááá! Que tal? Se queríamos uns enxertos pra alavancar o moral aqui, esta é pra acabar com chave de ouro o festival de chupação de pensamentos!!), mas, como há suspeitas tanto de coxismo (ele era de família de elite na velha Grécia...) como de mortadelismo (curintiano, né - alguém pode confundir com o Doutor, irmão do Raí... "ganharam a Arena do Lula, e tal... não, não, não: certamente mortadela!") também do velho Sóc, deixo de lambuja então essas outras reflexões (de outros dois filósofos: um, estadunidense, ou seja, automaticamente coxinha, e outro, iluminista francês, portanto obviamente mortadela - pra não dar briga; pronto) que casam entre si (embora talvez não com a nossa adorada certeza das nossas categóricas certezas!):

Voltaire: "A dúvida não é agradável, mas a certeza é absurda".

Eric Hoffer: O início do pensamento está no desacordo - não apenas com os outros, mas também conosco."




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