sábado, 14 de dezembro de 2013

Pelos sebos da vida: "Tubarão", de Peter Benchley (por Diego T. Hahn)


Bom, aproveitando a chegada da temporada e seguindo na mesma onda (ah, como eu gosto desses trocadilhos!) do texto anterior do amigo Juliano aqui no blog, vamos continuar com nossos refrescantes banhos de verão, porém nos aprofundando um pouco mais agora...

O imenso peixe deslocava-se silenciosamente pelo mar noturno, impulsionado por movimentos curtos do rabo em forma de crescente...”
Assim começa esse clássico thriller de Peter Benchley,  com o qual quase todo mundo já teve contato mais provavelmente graças ao filme do Spielberg.


A propósito, pelo que leio e ouço parece-me que o dito cujo seja mesmo um dos animais que exercem maior fascínio sobre a galera, talvez por ser o único remanescente da época dos dinossauros ou por ser uma espécie de leão da água, o rei dos oceanos, mas muito provavelmente também por esse seu destaque literário-cinematográfico.



Com essa incursão do peixe pelas artes, por exemplo, aprendemos que o Tubarão Branco não é branco, é na realidade cinza-escuro em cima, e recebe esse nome pela sua parte de baixo, a sua barrigona, essa sim alva como um belo fantasma.
 

E que ele é descendente do jurássico Megalodon, uma locomotiva cheia de dentes, graças a Deus (que me perdoem a Mãe Natureza e os biólogos por esse graças a Deus) já extinta, que fazia o grande branco parecer uma sardinha.
 
As principais diferenças entre as duas obras: no livro (SPOILER! SPOILER! SPOILER! Para quem ainda não sabe, SPOILER é o ato fdp de entregar o ouro, contando partes importantes ou mesmo o final de uma obra), Hooper traçava a mulher de Brody ou o xerife achava que ele traçava, não lembro bem e obviamente não me prestei a reler o livro para tirar essa dúvida. De qualquer forma, tem aquele clima tenso entre eles, que não tem no filme, ao menos não por esse motivo.
 
Mas não se preocupem, que Hooper paga caro por isso. Sim. E o xerife nem precisa fazer nada (SPOILERERAÇO!): quando resolve dar uma de espertinho naquela sua gaiola embaixo d´água, nosso amigo peixe destrói o negócio, tal qual no cinema, à diferença que na obra de Benchley, o biólogo não vai se esconder numas rochas lá no fundo e sim na bocarra do bichão.

Por fim, o destino do tubarão no livro, embora tão definitivo quanto na película, é mais ameno, por assim dizer: quando se aproximava do indefeso Brody no que restava do barco inundado, supostamente para dar o bote final, o bicho simplesmente para e afunda, morto pelo desgaste da porradaria protagonizada entre eles, ao contrário da hollywoodiana explosão do peixe na tela.
 
Enfim... vale dizer que, sim, foi Spielberg quem o materializou aos nossos olhos (e Williams aos nossos ouvidos, com aquela tensa trilha crescente), mas é justo dar os devidos créditos a Peter Benchley, pela mente criadora desse terror, que fez muita gente não só pensar mil vezes antes de se banhar nas águas de algum oceano, como ficar ressabiada até mesmo de entrar, por exemplo, numa reles piscina (sim, sei de gente que tinha esse medo irracional, ficando atucanada inclusive nas águas calmas do clube, pois chegavam quase a visualizar às vezes um enorme branco chegando e atacando do nada no meio da piscina)!
 
Mas deixando de lado essa fobia extrema (e a piscina lá no texto anterior do Juliano), só nos resta então agradecer...
Obrigado, Mr. Benchey...  obrigado por estragar para sempre a tranquilidade de nossos banhos de mar!!
 

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